sexta-feira, 28 de março de 2008

Era um homem novo

Este tópico ocorreu-me com uma daquelas conversas dos meus pais que acabam em “Ah, uma pena, era um homem novo…”.
Basicamente há uma fatalidade qualqu
er, não é morte natural… quer dizer, morrer é natural... mas é daquelas mortes mais chatas sem ser no sono e tal… bem, morrer é sempre chato… Oh, whatever! You know what I mean!
Seja como for, sabem que alguém que conheciam faleceu. Seguem-se as perguntas do costume de como é que foi e assim. E depois a “punch line” Era um homem novo…
Como, regra geral, não sei de quem estão a falar pergunto “Mas afinal que idade é que ele tinha?” A resposta, normalmente, também não é a que estaria à espera… 70, 70 e poucos…

Ora aqui está o truque! Lembro-me perfeitamente que há uns anos atrás (uns valentes anos atrás), pessoas com 70 anos para os meus pais já eram razoavelmente velhos… A diferença é que eles agora estão a caminhar para essa idade e à luz do passar dos anos a nossa perspectiva vai mudando…
E diga-se de passagem que, com o aumento da esperança de vida, até têm razão!
Sim, que os “jovens” de agora eram uma raridade há relativamente poucos anos.
Em 1920 a esperança média de vida em Portugal estava pelos 37 anos. Bem, por aí se calhar fazia bastante sentido começarem a procriar aos 14 anos… Não tinham assim tanto tempo para tomar conta deles… Ter filhos aos 30 como agora, podia não correr lá muito bem… (1)

Quando tinha 5 anos as pessoas nem sequer morriam, iam para o céu e tal. Não me parecia algo assim tão aterrador.
Claro que com o passar do tempo a morte em vez de ser ver a luz e ir ter com os anjinhos, ficou a parecer-se mais com a figura assustadora dos filmes com foice e tudo.
Aos 14 anos, pessoas com 30 anos para mim já eram velhos… Não a ponto de ser natural morrerem! Talvez em 1920…
Mas quem diria que agora a aproximar-me dos 30 ainda me sinta uma “chavala”.
Ainda não cheguei à fase das pessoas com 70 anos serem jovens. Suponho que se tiver a sorte de chegar à idade dos meus pais a sentir-me como eles venha a ter essa perspectiva. Pode ser que lá chegue, pode ser que não…

A conclusão a que chego é que a idade “ideal” para se morrer é sempre uma bem mais avançada que a nossa… Independentemente de ser ter 10, 20, 50 ou 100 anos!
Se no início da nossa vida nem pensamos que algum dia vamos morrer. Bem, sabemos que vamos morrer eventualmente mas é um eventualmente BEM longínquo.
Com o avançar da idade ficamos com cada vez mais medo da morte! Com 50 anos há a famosa crise masculina para recuperar a juventude… Vocês sabem… o desportivo descapotável, a tentativa de se enrolar com uma gaja com a idade da filha... o medo do fim ao seu máximo!
Mas pode-se tirar uma ideia positiva da crise dos 50 – quer dizer que até aos 50 anos não se tinham apercebido que a idade era assim tanta!
As mulheres parecem-me ter tendência para se aperceber disso logo… Começam com a paranóia das rugas e dos cabelos brancos aos 20!

Resumindo: É tudo jovem, desde que tenha a minha idade ou próxima… E são todos velhos! Sempre que sejam bem mais velhos que eu!

(1)
http://www.ics.ul.pt/investiga/projectos/sitsoc/cap/0115.htm


Toilet Flush

domingo, 2 de março de 2008

Cães e veículos motorizados

Quem não gosta daquelas criaturas peludas, com uma produção geralmente exagerada de baba, com aquela distinta expressão de otárias no focinho, com tendência para comer um quantidade exagerada de comida e mesmo assim fazer olhinhos de quem não come há semanas?! Claro que estou a falar de cães… What else!?
Com este tipo de descrição supostamente seriam bastante fáceis de decifrar… mas isso seria se se comportassem de acordo com algum tipo de lógica… o que nem sempre acontece!

Vamos começar pela “infância” canina. Arranjam-se ossos, bolas e uma data de tralhas para libertarem a grande quantidade energia destrutiva que têm. Mas resulta!? Claro que não!
Qualquer tipo de calçado é muito mais interessante! Deve ser a vingança das patas descalças! Também pode ser pela variedade de sabores – peles, tecidos – misturado com o verdadeiro “eau de” chulé! Dá um toque especial certamente…
Parece que têm um olfacto muito apurado mas têm umas preferências muito esquisitas… “Olá! Não estou bem a ver quem és… Hum… Mas aposto que se te cheirar o “ass” sei logo!”

Há características que se vão manter ao longo de toda a vida de um cão.
Como a habilidade para se posicionarem sempre no local onde mais incomodam. Quando se diz para saírem do sítio onde estão, só se pode prever que vão para outro sítio ainda mais chato do qual ainda não nos tínhamos apercebido.
É a obsessão pelo contacto com os donos, nem que seja por meio de pisadelas e tropeções… Em que normalmente o dono é que se torce todo para não os magoar.

Já se sabe que com um cão o love é sempre though… “Ena, ena, estou tão feliz! Agora vou mandar-te ao chão, babar-te todo e depois dou-te uma sova de cauda! Boa!?”

Agora no top das coisas sem lógica que os nossos amigos caninos fazem está o correr atrás de carros ou motas e ladrar às rodas…
Que corram atrás de gatos, ratos e afins, ok até pode ser, é o instinto animal da caça, blá blá blá… Mas, se têm um olfacto tão apurado já se devem ter apercebido que aquilo cheira mal mas não cheira a bicho nenhum que conheçam… E certamente não estará na memória da espécie como algo que se coma… Manadas e manadas de carros e motas! Ou então não!
Se calhar, acharam piada ao carro ou à mota (principalmente às motas) e querem conduzir. Não sabem conduzir mesmo! Bem, se for por cobiça, ao menos têm bom gosto… bikes! A intercepção é que, regra geral, corre mal para o cão, para o motociclista ou mesmo para os dois… Conduzir é em cima da mota não por baixo das rodas… dahhh!
Segundo o Garfield será o “chamamento” irresistível para enterrar objectos. O Oddie enterrava os carros no quintal, nunca se sabe quando poderiam vir a dar jeito…!? Mas lá está a falha de lógica outra vez, quando enterram é para guardar para usar mais tarde… Mas vão fazer o quê com o carro ou a mota mesmo!?

Quer-me parecer que os cães não são lá muito movidos pela razão…
Mas já tiveram tantos encontros imediatos com carros e motas que já deviam saber que pode ser má ideia dirigirem-se para a luz no meio da escuridão, pode não ser a salvação mas antes o contrário… Que a chapa é dura, que as presas (carros e motas) nem sempre se desviam e que pode doer!

Toilet Flush